Não me reconheço

Não me reconheço, olho no espelho e não sei o que vejo. Estou envolta numa neblina de negatividade que sobrecarrega o meu ser. O que se esconde por trás do sorriso e de uma gargalhada, ninguém sabe... apenas eu e Deus, se é que Ele existe, a este ponto dúvido até da minha catolicidade.
"Foste para além do que eu esperava" escrevi num poema, pois não esperava amar-te desta forma, que me consome e tira-me as forças. Não deveria ser assim. Tento lutar contra os sentimentos destrutivos, mas nem sempre é fácil, acarreta muito de nós e às vezes desmoronamos. Não consigo evitar o arrependimento que me assalta o coração cada vez que penso em tudo o que ficou por dizer, tudo o que ficou por dar... tinha muito mais para te dar se me deixasses ao menos chegar perto, entrar no teu mundo. Ainda assim, parece que dei demais, porque não sei amar pouco. Não sou o tipo de pessoa que exterioriza os sentimentos frequentemente, aliás, acho que raramente o faço. Talvez por isso, quando me apaixono, dou tudo de mim, entrego-me na totalidade, chego até a ser romântica, lamechas, piegas... despertaste o melhor de mim, fizeste-me querer ser querida, meiga. Sou como um bloco de gelo que, depois de ser apanhado pelo calor intenso de uma paixão, se derrete: fico vulnerável e frágil, carente de atenção e mimos, como se uma criança voltasse a ser.
E é isto que estás a perder, alguém que sabe que seria capaz de te fazer feliz, te levantar nos momentos maus, rir contigo nos bons. Porque apesar de todos os meus defeitos, esta é uma certeza que eu tenho: quando gosto realmente de alguém dou o melhor de mim, sei ser a melhor pessoa, a mais querida, atenciosa, altruísta e prestável. Assim sou eu.
Sim, és tu quem perde, nunca te tive... nós não podemos perder o que nunca nos pertenceu. Tu tens-me, eu pertenço-te, por essa razão, és tu que me estás a deixar escapar por entre os dedos. És apenas mais um a cair nesse erro, só espero que, das duas uma: nunca venhas a abrir os olhos, ou, se alguma vez os abrires, que não seja tarde demais.
Disseste que deveria ser escritora, talvez o faça e talvez um dia escreva um livro sobre ti e sobre como te deixaste ficar pobre de amor.

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