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A mostrar mensagens de outubro, 2010

Lágrimas, serão em vão?

Não sei se mereces, não sei sequer se te importas, para dizer a verdade, não sei nada! Não sei nada para além desta dor que trago no peito, destas palavras presas na garganta que quase me sufocam, mas que, por alguma razão, não as consigo libertar! Não sei o que sinto, não sei o que penso, não sei o que me deixa assim... se é a falta de ti, ou se é a falta de mim. Não sei porque em tempos fui e não o sou hoje. Não sei porque tenho esta ânsia de gritar, não sei porque não o faço, talvez seja o medo de falhar. Não sei porque busco certezas na incerteza que é esta vida. Não sei porque busco felicidade nesta terra perdida... Sinto-me encurralada, encarcerada dentro de mim própria. Tenho tanta coisa para dizer, mas tudo fica cá dentro, depositado num cofre do qual não encontro a chave, é nessa altura que elas saem... Escorrem lágrimas no meu rosto, porque não consegui, porque não foi suficiente, porque mais uma vez não estive à altura, porque estás longe, porque eu nunca estive perto... Per

Silêncio

O silêncio assusta-me, porque nele consigo ouvir todos os demónios. O silêncio conforta-me, porque nele sinto-me calma. Cada vez mais sinto vontade de me refugiar nele, cada vez mais tenho medo de estar sozinha com ele. Saturada de todas as insónias que me atormentam assim que deito a cabeça na almofada, todas as noites; cansada de todos os pesadelos que me assolam, todos os dias de manhã. Farta de querer sentir vontade e não a ter. Quem julga que é fácil, acha que é preguiça, não, eu digo, é apenas falta de vontade de viver. Farta de procurar sentido para a minha vida e não o encontrar. Talvez não tenha mesmo sentido algum, talvez eu até mereça tudo isto, por mais que não queira acreditar. Farta de sentir falta de um abraço quando não o tenho. Farta de sentir as lágrimas as escorrerem pela cara, por nenhum motivo aparente. Cansada de tentar encontrar uma justificação para tudo isto; podia simplesmente voltar a trás no tempo e voltar a ser quem era. Ah se fosse assim tão fácil! Seria t

A vida está morta!

Meu corpo vagueia pelo mundo, vivo porque respiro, porque sangue me corre nas veias. Pior que uma morte cerebral, é a morte daquilo que se julga imortal. Sinto minha alma dilacerada, como se meu corpo andasse só por andar. Não há prazer em nada daquilo que eu prezava. A vida está morta, porque nela já não vale a pena viver.

Carrossel (6º cap.)

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Isabel sentia-se tonta quando entrou no carro depois de terem saido da discoteca. Não tinha noção de onde estava, mas sabia que não estava no caminho para ir para casa. Daniel dizia algo, mas Isabel não conseguia compreender. Chegaram finalmente à porta de um prédio, quando saiu do carro sentiu as suas pernas cederem. Daniel ajudou-a a subir as escadas até ao quarto andar, abriu a porta de casa e disse: - Estás demasiado bêbada para ires para casa sozinha de transportes, hoje ficas aqui. - Está bem! O quarto era grande, tinha uma das paredes pintada de preto, as outras três eram bordô. A cama tinha a cabeceira encostada a parede preta, em frente encontrava-se a secretária com o computador, noutra parede tinha uma estante com livros e cds. Os lençoís estavam frios, Isabel deitou-se ao lado de Daniel, este não resistiu... passou-lhe a mão pela cara e voltou a beijá-la, desceu até ao pescoço, continuou pelo peito. Passava as mãos pelas pernas de Isabel enquanto a beijava. Entretanto Isabe

"Say what you need to say"

Hoje é um daqueles dias nostálgicos, em que tudo me vem à memória, todas as saudades me remoem! Dói, dói não te poder dizer o quanto te gosto, o quanto te queria ter por perto. Sei que não vais acreditar, tudo para ti tem de ter uma explicação, mas o amor não se explica... sente-se! Entranha-se de uma tal maneira, que nos envolve a alma como se de uma teia se tratasse. Quero fugir mas não consigo, quanto mais corro contra o pensamento de ti, mais ele se apodera de mim. É terrível, preparaste tudo, construiste a jangada que me levava até ti, para logo de seguida a destruires. Brincaste com o fogo e agora foges porque não te queres queimar, e quem queima sou eu, ardo lenta e dolorosamente. As chamas consomem a minha alma e eu nada posso fazer!

Carrossel (5º cap.)

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Isabel tinha consciência de que deixara para trás um tipo de vida que não queria mais. Encontrara finalmente alguém que a fazia sentir bem, com quem conseguia ter conversas inteligentes, divertidas e, principalmente, que a faziam esquecer tudo o que aconteceu. Sabia que ainda não estava completamente bem, mas decidiu que aquele era o caminho que devia tomar para se recuperar. Finalmente conheceram-se pessoalmente, costumavam sair para a mesma discoteca, então decidiram que seria esse o local para onde iam. Daniel foi buscar Isabel à estação dos comboios do Cais Do Sodré. Apesar de o dia até ter sido quente, a noite estava húmida e fria, a humidade do rio entranhava-se nos ossos de Isabel, que se sentiu bastante confortável ao entrar para dentro do carro. Algo fez com que Isabel pensasse que nunca mais iria esquecer aquela noite de Março, enquanto bebia o café. Após uma conversa agradável no café, sairam e dirigiram-se para a discoteca. A música estava óptima, o ambiente também, o álcoo

Carrossel (4º cap.)

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- Desculpa aquela reacção no outro dia! - Não faz mal, eu percebi! Tinham passado três meses, era já Outubro, embora não parecesse pois o clima não era propriamente de Outono. Isabel fora tomar café com Gui, tinha novidades para lhe contar. Dias antes enquanto estava a navegar na internet para passar o tempo, ligou o messenger e apareceu-lhe um pedido para adicionar um contacto. Ficou relutante ao inicio, era um rapaz, ficou com medo que só estivesse a adicioná-la pela mesma razão que todos os outros. No entanto, depois de alguns minutos a deliberar, decidiu aceitar o pedido. Nem todas as pessoas podem ser iguais, o mundo estaria perdido se assim fosse, pensou Isabel. Esperou que o rapaz fosse falar com ela, este por sua vez pediu desculpa e explicou o porquê de a ter adicionado (aparentemente o contacto de Isabel apareceu nas suas sugestões). Pareceu bastante educado, o que fez com que Isabel não se arrependesse de ter aceite. - Falámos de tudo um pouco, da faculdade, das saídas, de o