Destino: Tróia

Verão de 2008
5 pessoas, um carro vermelho atulhado de comida, sacos-cama, tendas, toalhas de praia e, mais importante, cervejas!!
Destino: Comporta, Tróia.
As cinco pessoas eram eu, o B.M., o J.M. (irmão do B.M.), o D.R. (primo destes últimos) e a C.P.
A viagem começou em Benfica, mas eu só entrei na história (e no carro lol) no Rio Sul Shopping, na Amora e foi aí que começou a aventura. Rumámos a Setúbal pela estrada nacional para não termos de pagar portagens; fomos já pelo caminho a esvaziar cervejas (exceptuando o condutor, que era o D.R.) e, como era de esperar, a dizer parvoíces! O B.M. só falava no cheiro a pizza que vinha do porta bagagens e de como estava cheio de fome; o J.M. ia bebendo e cumprimentando as pessoas na rua (incluindo uns polícias) com a cabeça de fora da janela; eu e a C.P. tentávamos manter o controlo mas na realidade só nos riamos. Bom, lá chegámos a Setúbal, ainda direitos, ficámos um pouco à espera na fila de carros que estavam para entrar no Ferry para Tróia e quando finalmente estacionámos o carro no Ferry, saímos lá de dentro para esticarmos as pernas e apanharmos um pouco de ar.  A viagem de Ferry até Tróia é de facto muito bonita, mas o melhor ainda estava para vir. Chegámos a Tróia e andámos por uns momentos às voltas, devido às obras que estavam a decorrer a propósito do Resort. Andámos mais e mais (pareceu mais por ser de noite) e lá encontrámos um sítio onde estacionar o carro; tirámos o necessário do porta-bagagens e fomos em corta-mato à procura de um poiso. Pelo caminho encontrámos jipes da GNR, facto que atormentou um pouco o B.M., mas continuámos o nosso percurso. Encontrámos um bom sítio para ficarmos e começámos a montar as tendas, ou melhor o rapazes começaram... e o B.M. diz: "as mulheres não fazem nada, nós aqui a trabalhar e vocês olham." ao que eu e a C.P. respondemos "nós estamos a supervisionar, a ver se vocês montam isso bem".
Após a tenda estar montada, eis que o B.M. saca, todo feliz e contente, do seu saco-cama e diz: "e foi barato, mas é da mesma marca da tenda por isso também deve ser bom!" e era, e era... qual não é o espanto dele quando se apercebe que comprou um saco-cama para criança! "eish, afinal é pequeno, nem me lembrei de reparar no tamanho na etiqueta, por isso é que foi tão barato; eu bem que estranhei!". Como podem calcular foi um fartote de riso e gozo.
No entanto, ele enfiou-se no saco-cama muito orgulhoso da sua compra enquanto comíamos; estávamos sentados em roda e no meio encontrava-se uma vela, cujo copo o B.M. fazia questão de enterrar bem na areia para a luz não ser tão forte e não se ver para além dos arbustos por causa da GNR (como se eles estivessem preocupados connosco; eu bem tentei dizer ao B.M. que aquela luzinha não se via através dos arbustos, mas ele continuou). Começou a ficar mais fresco e estávamos a ser brutalmente atacados por melgas gigantescas, então decidimos ir para dentro da tenda jogar uno; quem perdia tinha que beber de pancada um copo de vodka com sumo de limão, bem eu não me lembro quantas vezes perdi, mas tenho a certeza que bebi mais copos do que as vezes em que realmente perdi o jogo, isto porque fiquei ao lado do J.M. e ele tem um problema com copos vazios; eu, por outro lado, tenho um problema com copos cheios. Ele assim que via que eu já tinha bebido tudo voltava-me a encher o copo; ao início reparei, até porque ele disse: "epa ela bebe bem, deixa lá encher outra vez que não pode haver ninguém com o copo vazio!", mas depois perdi a conta das vezes em que ele me voltou a encher o copo. Desistimos de jogar uno pois já não estávamos a ver bem as cartas; eu, a C.P., o D.R. e o J.M. fomos dar uma volta até à praia para ver se nos passava um bocado, enquanto que o B.M. ficou a dormir na tenda. O D.R. e o J.M. chegaram ao pé da água e deram logo um mergulho; eu e a C.P. ainda ficámos a pensar, mas como eles começaram a chamar-nos fraquinhas nós olhámos uma para a outra: "vamos!" e pronto toca de tirar a roupa e mandar um mergulho. Depois de refrescarmos as ideias, voltámo-nos a vestir e fomos de novo para a tenda. Pelo caminho eu e a C.P. vimos um homem no meio dos arbustos e assustámo-nos, dissemos aos rapazes mas eles não acreditaram: "vocês estão bêbedas, já estão a alucinar!" e nós: "está sim, nós não íamos ter as duas a mesma alucinação!"... eles continuaram a dizer que era imaginação.
Quando chegámos ao pé da tenda eu não aguentei e tive de chamar o Gregório; por causa do barulho o B.M. acordou assarapantado, saiu da tenda e começou: "fogo vocês demoraram bué, devem ter demorado prai uma hora" e o J.M. "tás parvo só demorámos 20 minutos" e o B.M. continuou: "então foi por ter dormido que parece que foi mais tempo, até sonhei fogo, sonhei que tínhamos sido presos e o meu colega [que ele disse o nome mas não me lembro] que é advogado teve que ir tirar-nos da prisão!"
Enquanto o B.M. contava o seu magnífico sonho eu continuava a chamar o outro senhor e comecei a sentir flashes, quando olho para trás estava o J.M. a tirar-me fotos e a dizer que aquilo tinha que ir para a net!
Nessa noite eu tive de dormir fora da tenda, porque, assim que lá entrava e me deitava, ficava com a sensação de que a tenda estava a descer e voltava a ficar mal-disposta. Dormi à porta da tenda feita cão de guarda (lol), mas não fui a única, o D.R. também teve de dormir na praia a apanhar ar. De manhã quando acordei tinha o saco-cama cheio de formigas!

O dia seguinte foi bem mais calmo; passámos o dia na praia a comer, a apanhar sol, a dar mergulhos, a pseudo-jogar à bola. Ao fim da tarde começámos a ver toda a gente a dispersar da praia porque tinha começado a fazer muito vento e parecia que vinha lá chuva. Ainda nos aguentámos quando começaram a cair as primeiras pingas, mas depois tivemos que nos render às evidências e voltar para a tenda. Entretanto, parou de chover, para nosso alivio pois tínhamos que montar a tenda novamente. Ficámos dentro da tenda a conversar até nos dar o sono; o B.M. tentava a todo o custo matar todas as melgas que entravam na tenda, era com cada cacetada na tenda que eu só desejava que nenhuma melga pousasse em cima de mim, senão levava também eu uma bofetada. Estávamos já preparados para dormir quando, de repente, começamos a ouvir música aos altos berros - parecia que a rave era mesmo ao lado da tenda. A música não era má, para nossa sorte e até houve direito a discos pedidos, o J.M. disse: "podiam era passar Bob Marley" e no momento a seguir começou a dar, salvo erro, "I Shot the Sheriff". Sem conseguirmos dominar por mais tempo o sono, adormecemos; no entanto fomos acordados (ou melhor eu e a C.P. acordámos) pelo barulho da chuvada que tinha começado a cair. Ainda ouvi algum dos rapazes dizer: "fogo isto é chuva??", mas ninguém se mexeu para ir buscar as malas lá fora e metê-las dentro da tenda, além de mim e da C.P.

No último dia acordei com água na cara que era suposto ter acertado no B.M., pois pelos vistos éramos os únicos que ainda dormíamos. Este último dia foi curto, ainda estava de chuva e a fazer vento por isso começámos logo a arrumar as coisas e a levá-las para o carro para irmos embora. Cheguei a casa com um escaldão, mas acho que o pior ainda foram as 40 picadas (sim 40, eu contei-as quando estava no banho) de melga por todo o corpo!

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