Dear, dear Diary*

... I wanna tell my secrets...*

Sei que isto não é propriamente um diário convencional, em que escrevemos o que pensamos, o que nos sucede, o que gostaríamos que acontecesse e essas informações ficam guardadas dentro de uma gaveta, a cadeado se possível.
Sei que muita gente pode vir a ler isto (ou não), mas já aprendi a não ter vergonha de quem sou, portanto pouco me importa o que as pessoas poderão vir a pensar de mim.

Sei que, de todas as coisas de que tenho saudades, a que me custa mais talvez seja ter saudades de estar em controlo das situações, poder decidir o que fazer e como agir, sem sentir medo da reacção que vem do outro lado... tenho saudades de saber o que está do outro lado, pois sei que não sei. Escrevo isto mais para mim mesma porque provavelmente ninguém irá perceber do que falo.

Não sei quando foi que perdi o controlo, só sei que isso me esmagou, fez-me ver o quão pequena eu sou quando não sou eu a ditar as regras. Pior do que não saber o que fazer, é não poder fazer nada. Correr atrás de algo que me foge é, certamente, ridículo; porém, tendo feito isso toda a vida, tornou-se um hábito.

Pior do que sentir a negação depois de ter tentado e ter corrido mal, é nem sequer me deixarem tentar. Isso deixa-me de rastos, incomoda-me, magoa-me, dá-me nervos, faz-me sentir impotente, derrota-me, faz-me sentir minúscula, devora-me a auto-estima, faz-me sentir presa, dá-me nós na garganta e vontade de chorar. Faz-me sentir tão "worthless", que nem preciso me dar ao trabalho de tentar.



*btw, verso da canção "Dear Diary", por P!nk.

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