Carrossel (16º capitulo)



Já chega! Isabel fartou-se, estava cheia de coisas na cabeça e nem sabia para onde se virar primeiro, então decidiu. "Vou-me virar apenas para mim". Aproveitando o facto de Tiago lhe ter ligado para irem sair, escolheu a melhor roupa que tinha para vestir. Tiago disse-lhe que iriam a um lugar especial, era uma discoteca nova, mas não quis revelar mais nada. Acrescentou apenas que ela iria conhecer a sua nova namorada. Por um lado Isabel sentia-se aliviada por ele ter alguém, embora não soubesse explicar porquê.


Passou, no mínimo, duas horas na casa de banho a arranjar-se, pintou as unhas, maquilhou-se maravilhosamente bem (até ficou espantada com o resultado), vestiu então a sua saia preta e a sua camisola decotada, igualmente preta; calçou umas botas de meio cano e estava pronta. Visto de longe até parecia um vestido completo.

À tarde tinha ido ao cabeleireiro, por isso tinha agora o cabelo preto com madeixas vermelhas e roxas, escadeado e com franja. Sentia-se outra, como se ninguém pudesse atravessar o seu caminho. Estava ansiosa por saber que sítio era esse que Tiago falara, não parava de lhe mandar mensagens a contar como era moderno e alternativo; Isabel sabia que ele estava a fazer de propósito para a deixar ainda mais curiosa. Chegou a Lisboa, saiu do comboio, desceu as escadas para a saída e eles já lá estavam à porta da estação à sua espera. Ela era de facto uma rapariga muito bonita.
- Devo dizer que estás perfeita para o sítio onde vamos, Isabel.
- Ora pára de me picar e diz-me de uma vez que sítio é esse!
Tiago apenas sorriu e quem respondeu foi a namorada:
- Não te preocupes vais gostar.

Isabel não sabia bem em que sítio de Lisboa estava, mas desconfiava que fosse perto do Saldanha, pois tinham passado pelo café do Rui Costa; andaram mais um pouco e enfim chegaram à tão aclamada discoteca, chamava-se simplesmente L.U.V.

Era, de facto, moderna, com uma decoração a fazer lembrar os filmes de ficção ciêntifica. Os empregados eram todos do sexo femínino, talvez fosse por isso que Tiago achava aquilo fantástico, pensou Isabel sentindo um sorriso malícioso aparecer-lhe na cara.
- Então, gostas?
- Sim é muito bonito, e a música parece ser boa.


Quando a discoteca começou a encher, Isabel reparou que todos os rapazes que entravam tinham todos namorada, ou eram homossexuais. Não que lhe afectasse, tinha ido para dançar, mas sendo assim não iria haver mais nenhum tipo de diversão. Entretanto, sem alguma razão aparente, veio-lhe à cabeça uma certa conversa com Gui e riu-se.
- 'Tás-te a rir de quê?

- Oh nada, nada. vou a casa de banho.

Procurou a casa de banho e quando chegou ao pé do hall que dava acesso às duas portas, para homens e para mulheres, leu o que estava por cima do arco e tudo fez mais sentido.

- Então é isto que L.U.V. quer dizer...

Lesbian's Undeniable Vice


nota: esta história é ficção, como tal, a discoteca mencionada não existe.

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