Pensamento Hipotético (3)

O que é mais acertado afinal?
"Quem tem telhados de vidro não atira pedras"
ou
"Quem já errou tem mais moral para criticar quem erra porque já sabe o que a casa gasta"?

Pessoalmente prefiro a primeira e vou passar a explicar porquê; quem tem telhados de vidro não atira pedras pois essas pedras podem vir em retorno e partir o telhado dessa pessoa, isto é o mesmo que dizer, quem erra ou quem tem algo podre sobre si, não deve criticar pois essas mesmas criticas podem cair sobre si. Também há quem defenda que quem já errou, já aprendeu com o erro e por isso pode apontar o dedo, está errado, quem já errou e aprendeu não ganha o direito de apontar o dedo, ganha é o dever de avisar os amigos/familiares/pessoas próximas, que estão prestes a cometer o mesmo erro, sobre o que estão a fazer e tentar, porventura, impedi-los se for a tempo. São coisas diferentes, o direito e o dever.

Pois quem já errou também levou com comentários maldosos, com criticas pouco construtivas, e de certeza que na altura não gostou, porque toda a gente tem o direito de errar, pelo menos uma vez, para aprender. E eu sempre ouvi dizer que não se deve fazer aos outros o que não gostamos que nos façam a nós. A pessoa que critica porque já errou, até pode ter uma certa razão no que diz, mas só o facto de estar a fazer o que outras pessoas lhe fizeram e que ela não gostou, perde a razão toda. Para poder criticar, devia primeiro ter avisado: "olha não faças isto assim-assim, porque eu também já caí nesse erro e sei que não compensa, etc, etc.", pois aí sim podia criticar à vontade e dizer: "eu avisei, eu disse para não o fazeres".
No meu ponto de vista, quem critica e aponta o dedo a alguém que comete o mesmo erro que essa pessoa cometeu, não tem moral nenhuma, porque depois fica a pensar: "eu estou para aqui a criticar, mas também já fiz o mesmo". Vou dar dois exemplos concretos para que seja mais fácil compreender:

1 - Uma mulher engravida, demasiado nova, ainda na escola e na casa dos pais, torna-se mãe solteira; tem a filha, a filha cresce e o que é que a mãe tem de fazer? Educar a filha, e isso passa por avisar a filha para não cometer o mesmo erro, porque iria ter muitos problemas, para se concentrar nos estudos primeiro para ter uma vida melhor. Agora, se isso não acontecer, se a educação não for dada, o que é que essa mãe vai fazer se a filha chegar a casa grávida? Vai desatar aos berros com a filha e pô-la fora de casa? Olha obrigadinha, depois do erro estar cometido já não vale a pena berrar! E depois ouve a filha a dizer: "não tens moral para me falar assim", pois não, não tem, não a soube educar.

2 - Eu sei aquilo que fiz durante a minha adolescência "pecaminosa", sei que "vivi demais" se calhar, mas fez parte da minha aprendizagem e fez de mim aquilo que sou hoje. Vi o meu melhor amigo fazer o mesmo e custava-me quando, em conversa com outras pessoas, o criticavam e chamavam coisas, e eu ficava a pensar: "eu não posso fazer isto, não posso, de maneira nenhuma, chamar nomes ou criticar, porque eu já fiz o mesmo, também me enxovalharam e eu não gostei, porque, ao fim e ao cabo, eu não sentia que estava a ser p***, estava apenas a viver a minha vida sem fazer mal a ninguém". A única coisa que eu podia fazer era tentar avisar que se calhar não era o melhor caminho e que, por mais que nos saiba bem, mais tarde vamo-nos sentir usados e sem valor, pois foi o que me aconteceu. Por várias vezes mandei dicas em conversas, cheguei-lhe mesmo a dizer: "eu não quero mais curtes porque já tive a minha dose e não me quero sentir mais usada" (já não me lembro se foi exactamente assim com estas palavras), para ele perceber, mas criticar eu não posso e muito menos atirar pedras, porque senão levo com uma avalanche e, além de ficar sem telhado, fico mesmo sem casa. E uma vez, em conversa com uma pessoa, disse: "eu não tenho nada a ver com o que ele faz ou deixa de fazer, não tenho moral para o criticar, também já fiz o mesmo e se calhar até pior, a única coisa que eu posso criticar é se ele puser uma q**** à minha frente, ou se começar a ser arrogante e frio por causa dessa vida (porque isso eu não fiz a ninguém, não admito que me façam a mim)".

Em jeito de conclusão, existem duas maneiras de aprender:
Ver os erros dos outros e tentar não fazer o mesmo;
Errar e aprender com o próprio erro.
Há quem prefira a primeira, há quem "prefira" errar para saber como é e depois aprender, e há quem faça as duas.

Coisas a reter:
"Quem tem telhados de vidro não atira pedras"
"Sobre o leite derramado não vale a pena chorar"
"Os erros podem ser evitados"

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